Festival do Rio 2011 – Querida vou comprar cigarros e já volto #pocket
Quem como eu foi para o cinema esperando o brilhantismo de O homem ao lado, longa dos mesmos diretores deste Querida vou comprar cigarros e já volto, talvez se decepcione um pouco. Não que o filme não seja bom, pelo contrário, mas é outro propósito, outra pegada, enfim, outro filme. É como a síndrome do segundo álbum no universo da música, em que o primeiro é tão incrível que dificilmente o próximo conseguirá manter ou ultrapassar o seu sucesso, pois os fãs no fundo esperam mais do mesmo e quando se deparam com outra sonoridade e outra temática, a expectativa despenca. É necessário um tempo para perceber a genialidade desse novo trabalho.
O humor permanece, porém menos negro, mais leve. Os cineastas Mariano Cohn e Gastón Duprat, que no anterior fizeram uma dramédia crítica sobre a elite intelectual, agora mergulham no universo pop com essa comédia. A partir de uma premissa já vista em outros filmes (a possibilidade de voltar no tempo e consertar erros do passado, o que obviamente mudará o futuro) como Efeito borboleta, por exemplo, eles substituem o tom filosófico existencial de praxe pelo galhofeiro. Em vez de consertar erros do passado, o protagonista Ernesto se aproveita da situação para tentar se dar bem e assim acaba se dando mal. Ele poderia ser brasileiro, sem dúvida. Como diz em determinado momento a espécie de guru/diabo que lhe concede a possibilidade de viajar no tempo, “esse tipo medíocre e inconformado é um dos piores que existem”. Ernesto se mete em mil confusões e sem êxito continua sendo um fracassado. A edição alterna esses momentos com cenas de Alberto Laiseca, autor do conto no qual o filme se baseou, fazendo análises sobre o que acabamos de assistir. Essa narrativa fragmentada, que alterna pontos de vista, o tema, a trilha e as frases espertas, compõem essa comédia moderninha. Embora os objetivos sejam outros, Mariano e Gastón continuam a construir personagens bem verossímeis para ao longo do filme depená-los. As atuações continuam perfeitas também. Emilio Disi e Eusebio Poncela tabelam com classe sem deixar a bola cair e Daniel Aráoz, que faz uma participação especial é a cereja do bolo.
Não compare, apenas assista sem resistências. Querida vou comprar cigarros e já volto passa no teste do trabalho seguinte depois de um sucesso, mantendo certas características cruciais e inovando em outras.
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